Faz tempo que penso se devo escrever sobre essa mulher. Não porque faltem palavras, mas porque ela já carrega tantas sobre si. Uns a exaltam como um padrão inatingível, outros a criticam por ser exigente demais. Tem até quem duvide que ela exista, mas ainda assim, ela permanece no centro de tantas conversas. É como se fosse um eco constante, desafiando-nos a pensar: será que podemos ser como ela?
Essa mulher não é feita só de versos ou virtudes. Ela é uma história viva, um lembrete de quem fomos criadas para ser. Não está confinada a palácios, embora seja digna deles. Ela anda entre nós – em mercados, em reuniões, em casas simples ou cheias de brilho. E se você me perguntar, eu diria com convicção: sim, ela existe (eu conheço muitas delas). Não como um ideal distante, mas como um convite a uma vida cheia de propósito.
Falo da mulher de Provérbios 31. Não daquela que apenas faz muito, mas daquela que entende por que faz. Não é o volume de suas ações que impressiona, mas a força invisível que as sustenta: a disciplina. Porque disciplina não é só sobre horários ou listas. É sobre um coração alinhado com o céu, que encontra beleza na constância e a graça no ordinário.
A disciplina dessa mulher é mais do que habilidade; é a marca de alguém que sabe onde está ancorada. Porque quem caminha com Deus aprende que ordem é uma linguagem divina. Foi Ele quem desenhou as marés, separou o dia da noite e deu um ritmo ao universo. Quando colocamos nossas vidas nesse compasso, começamos a experimentar uma paz que excede o caos. É como se cada ato disciplinado fosse uma forma de dizer: “Senhor, eu confio que o que o Senhor começou, o Senhor vai completar.”
Talvez o segredo dela não esteja em fazer tudo, mas em fazer o essencial. Não é sobre preencher o dia, mas sobre preenchê-lo com sentido. A disciplina não é uma prisão; é uma porta aberta para viver intencionalmente. É ela que transforma uma rotina comum em um terreno fértil onde florescem amor, paz e frutos que tocam vidas ao nosso redor.
Essa mulher não é perfeita, mas é fiel. Não é incansável, mas é sustentada. Não sorri para o futuro porque sabe tudo o que vem pela frente, mas porque confia em quem caminha com ela. Deus está nas pequenas coisas do dia a dia tornando-as grandes e dando a cada detalhe valor eterno. Isso inspira: a certeza de que sua força e dignidade não são dela mesma, mas de Deus. Porque quem vive assim não teme o amanhã; vive com coragem e sorri.
“Ela ri diante do futuro…” (Provérbios 31.25) Por Juliane Teixeira dos Santos

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