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REPENSANDO O USO DO CELULAR NAS ESCOLAS

Foto do escritor: Editora KaleoEditora Kaleo

O celular, dispositivo que há poucas décadas era um artigo de luxo, tornou-se uma extensão do nosso corpo e mente. Ele nos conecta ao mundo, facilita a comunicação e pode ser uma ferramenta poderosa para transformar realidades. No entanto, seu uso excessivo e desregrado tem levantado preocupações, especialmente no ambiente escolar. A recente proibição do uso de celulares nas escolas brasileiras, reacendeu um debate crucial: como equilibrar os benefícios e os malefícios dessa tecnologia na vida de crianças e adolescentes?


A proibição do celular nas escolas surge como uma tentativa de proteger a saúde mental e física dos estudantes, além de resgatar a atenção em sala de aula. A medida, porém, não é uma solução completa. Proibir sem educar é como tapar o sol com a peneira. É essencial ensinar os jovens a usar a tecnologia de forma consciente, crítica e produtiva.


Um dos maiores desafios é a falta de preparo das escolas e dos professores para lidar com a revolução digital. Muitos educadores não receberam formação adequada para integrar tecnologias ao ensino, e as escolas frequentemente carecem de infraestrutura básica, como computadores e internet de qualidade. Enquanto isso, os estudantes, cada vez mais imersos no mundo digital, aprendem de maneiras diferentes. Eles não se contentam mais com aulas expositivas e livros didáticos; querem interação, dinamismo e ferramentas que dialoguem com seu cotidiano.


A proibição do celular pode, em um primeiro momento, ajudar a reduzir a distração em sala de aula. No entanto, sem uma abordagem pedagógica que torne as aulas mais atraentes e significativas, o problema persistirá. Além disso, a medida pode gerar conflitos entre professores e alunos, já que proibições radicais tendem a ser desafiadas. O caminho ideal, portanto, não é banir, mas educar. Isso inclui formar professores para o uso crítico da tecnologia, investir em infraestrutura escolar e envolver as famílias no processo de conscientização.

Também, é importante lembrar que a tecnologia não substitui o papel do professor. A inteligência artificial e outras inovações podem ser grandes aliadas, mas a educação é, acima de tudo, um processo humano. O professor é insubstituível na mediação do conhecimento, no acolhimento dos estudantes e na construção de relações significativas.


O celular não é um problema em si, mas um reflexo de como lidamos com a tecnologia. Proibi-lo pode ser um primeiro passo, mas o verdadeiro desafio é repensar a educação para um mundo cada vez mais digital. Isso exige investimento, formação e, sobretudo, diálogo. A escola deve ser um espaço de aprendizado, inclusão e preparação para o futuro — e o celular, quando bem utilizado, pode ser parte dessa jornada. Por Lediel dos Santos



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